Presidente
sobe de 37% para 40%, mas Aécio e Campos têm maior crescimento, e diferença da
petista para rivais cai para 4 pontos
A sequência de programas partidários na TV despertou mais eleitores
para a eleição presidencial e derrubou a parcela de votos brancos e
nulos, que estava no patamar mais alto da história recente. Última a
aparecer na propaganda, Dilma Rousseff (PT) melhorou de 37% para 40% sua
taxa de intenção de votos entre abril e maio, segundo pesquisa Ibope
divulgada nesta quinta-feira, 22. Seus adversários diretos, porém,
cresceram mais, o que eleva as chances de segundo turno.
No
cenário com a lista dos oito pré-candidatos que já manifestaram intenção
de concorrer, Aécio Neves (PSDB) subiu de 14% para 20% e Eduardo Campos
(PSB), de 6% para 11%. A vantagem que Dilma tinha sobre a soma dos
adversários diminuiu de 13 pontos porcentuais para apenas 4. Para se
reeleger já no primeiro turno, ela precisará da maioria absoluta dos
votos válidos (metade mais um) em outubro.
A pesquisa mais recente
do Ibope foi feita entre os dias 15 e 19 de maio. No dia 13, o PT
começou a exibir na televisão uma polêmica peça de propaganda com o mote
"O Brasil não quer voltar atrás", na qual exaltou o risco da "volta dos
fantasmas do passado", entre eles o do desemprego. Na noite do dia 15, o
partido teve 10 minutos em rede no horário nobre, no qual levou esse
vídeo de novo ao ar, além de discursos de Dilma e do ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva.
A pesquisa atual do Ibope também
capta os efeitos do programa de 10 minutos do PSDB, exibido no dia 17 de
abril. O levantamento anterior do instituto havia sido encerrado no dia
14, três dias antes de os tucanos ocuparem o horário nobre para
promover Aécio. Já o PSB de Campos foi à TV no fim de março.
Com
essa invasão da propaganda partidária nos meios de comunicação, a soma
de quem pretendia votar em branco, anular ou não sabia responder
despencou entre as pesquisas Ibope de abril e maio. Foi de 37% para 24% e
voltou ao patamar histórico esperado para esta época da campanha
eleitoral.
Foi na faixa do eleitorado com renda superior a 5
salários mínimos que Dilma se recuperou mais. Nesse grupo, a presidente
foi de 26% a 38% das intenções de voto, enquanto Aécio oscilou um ponto
para baixo, de 26% para 25%. Nas demais faixas de renda, Dilma tem pior
desempenho entre quem ganha de 2 a 5 salários mínimos. Apenas 35% desses
eleitores pretendem votar na presidente. Seu melhor desempenho é entre
os mais pobres: 56% dos eleitores que ganham até 1 salário mínimo por
mês declaram voto na petista.
No corte por regiões, Dilma vai pior
no Sudeste, seguindo a tradição dos candidatos petistas desde 2006. Ela
tem hoje 33% das intenções de voto na região, contra 24% de Aécio e 8%
de Campos. É no Nordeste que Dilma e Campos se saem melhor, com 51% e
15%, respectivamente. Aécio tem 11% entre os nordestinos.
Dilma
ampliou sua taxa de intenção de votos no último mês, mas não conseguiu
reduzir a parcela do eleitorado que não admite votar nela de jeito
nenhum – o porcentual ficou estável, em 33%. Já a situação de seus
adversários melhorou: a rejeição a Aécio caiu de 25% para 20%, e a
Campos, de 21% para 13%.
Segundo turno. Nas simulações de
segundo turno, o quadro manteve-se praticamente inalterado na comparação
com a pesquisa de abril. Dilma tem hoje os mesmos 43% das intenções de
votos que recebia no mês passado, já Aécio oscilou dois pontos para cima
e foi de 22% para 24%.
Se o adversário da petista no
segundo turno fosse Eduardo Campos, os índices são parecidos: Dilma
receberia 42% dos votos, contra 22% do ex-governador de Pernambuco, que
subiu cinco pontos em comparação à pesquisa de abril.
A
pesquisa ouviu 2.002 eleitores em 140 municípios. A margem de erro do
levantamento é de dois pontos porcentuais, com nível de confiança de 95%
– ou seja, há 95% de probabilidade de os números retratarem o atual
momento eleitoral, considerando a margem de erro. O levantamento foi
custeado pelo próprio Ibope e registrado no Tribunal Superior Eleitoral
sob o protocolo BR-00120/2014. / COLABORARAM RODRIGO BURGARELLI E DIEGO
RABATONE
Fonte: Estadão
Percentual*
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